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Conheça os autores que ganharam o Kikito de melhor roteiro
Atualizado: 9 de nov. de 2020
Um animal amarelo, Inabitável e La Frontera levaram o título em uma edição histórica

A Cerimônia de Premiação, realizada no Palácio dos Festivais em Gramado, iniciou em ritmo de festa, mesmo sem a presença física dos profissionais da sétima arte no tradicional tapete vermelho. A revelação dos vencedores e a entrega das estatuetas, que é sempre uma grande celebração ao cinema brasileiro e ibero-americano, desta vez não foi diferente. Separados pela distância, mas unidos pela tecnologia, os indicados participaram por streaming, tornando o 48º Festival de Cinema de Gramado histórico por sua edição multiplataforma, realizada pela televisão, streaming, VOD e app.
Foram mais de 50 filmes concorrentes, entre longas e curtas, pelas telas do Canal Brasil e pelo serviço de streaming do Canal. Ao final, três obras saíram com a estatueta de melhor roteiro.
UM ANIMAL AMARELO • MELHOR ROTEIRO DE LONGA BRASILEIRO

Roteiro: Felipe Bragança e João Nicolau (colab.)
Sinopse: Fernando (Higor Campagnaro) é um cineasta brasileiro que está falido. Ele cresceu assombrado pelas lembranças de seu avô e também sempre foi assombrado por um espírito moçambicano que prometia grandes riquezas. Perseguido pelo estado político e cultural do Brasil, Fernando vai a fundo em sua jornada de aventuras e milagres para descobrir seu passado.
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O roteirista tem em sua bagagem importantes festivais como Sundance, Rotterdam, Berlinale, Bienal de Sharjah, Brasília, Rio e Mostra SP. Roteirizou as obras: Jonas e a Baleia, O céu de Suely, Heleno, Praia do Futuro, entre outros.
De acordo com o autor, o roteiro foi produzido em colaboração com João Nicolau. E do processo de criação até a execução do filme, foram cerca de sete anos trabalhando para a execução total dele.
O filme também se mostrou aclamado pela crítica cinematográfica, após a exibição no Festival de Gramado, ganhando o premio do júri da crítica.
INABITÁVEL • MELHOR ROTEIRO DE CURTA BRASILEIRO

Roteiro: Matheus Farias e Enock Carvalho
Sinopse: Pouco antes da pandemia, o mundo experimenta um fenômeno nunca antes visto. Marilene procura por sua filha Roberta, uma mulher trans que está desaparecida. Enquanto corre contra o tempo, ela descobre uma esperança para o futuro.
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A dupla faz dialogar dramas sociais com um cinema de gênero, pautado por contornos misteriosos e fantasiosos. Juntos, eles já dirigiram os curtas Quarto para Alugar e Caranguejo-Rei. “É um filme de buscas, de muitas incertezas e de medo”, afirma Enock Carvalho, também diretor do filme. “É sobre o Brasil ser esse país tão violento com pessoas como Marilene e Roberta. O que resta a essas personagens que vivem resistindo para continuarem vivendo?”, adiciona Matheus, que além de roteirizar e dirigir o filme, também montou “Inabitável” ao longo de 4 meses. O curta-metragem foi o único pernambucano no Festival de Gramado.
O curta ainda ganhou o prêmio de júri da crítica.
LA FRONTERA • MELHOR ROTEIRO DE LONGA ESTRANGEIRO

Roteiro: David David
Sinopse: Uma jovem indígena que, em meio a uma crise de fronteira entre Colômbia e Venezuela, vive sua vida roubando viajantes em trilhas com seu marido e seu irmão. No entanto, o destino a faz olhar por outra perspectiva de sua ilusão e se perder em sonhos misteriosos.
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O longa também passou pessou pelo Festival de Cinema do Cairo, no Egito. O roteirista e diretor colombiano da região de Barranquilla, que é Mestre em Escrita Criativa, pela Universidade Nacional, em Bogotá, também escreveu os filmes La tortuga, Fractures e El congo de oro.
LONGA GAÚCHO

Em premiação paralela, o melhor longa-metragem gaúcho Portuñol, da diretora Thais Fernandes, levou a estatueta. A obra fala sobre a intersecção de culturas. “Muito feliz por este reconhecimento, e quero parabenizar os colegas, agradecer a todas as pessoas que fizeram parte deste filme. Queríamos mostrar uma fronteira que muita gente não conhece, a mistura de cultura, mostrar a importância de conviver com as diferenças. É uma narrativa que fala da importância de conviver com as diferenças”, diz Thais. A diretora ainda ratificou a importância de ampliar a premiação de longas gaúchos com o intuito de reconhecer melhor elenco e profissionais da indústria cinematográfica do Rio Grande do Sul.
UMA EDIÇÃO HISTÓRICA
Para o diretor geral Canal Brasil, André Saddy, o efeito da pandemia precisou de adaptações para que fosse realizado o Festival, mas teve como consequência a democratização do acesso aos filmes. “Comemoramos juntos a edição mais popular do festival. [Foi] como se convidássemos todos que acompanham a cada ano o tapete vermelho e fãs do cinema brasileiro espalhados por todo país para dentro do Palácio dos Festivais”, enalteceu Saddy.
A diretora de eventos da Gramadotur, Iara Sartori, também comemora a edição. “Nosso Festival de Cinema cumpriu sua missão. mais uma vez deixou um legado importante para Gramado e para o audiovisual brasileiro e latino”, ratifica Iara.
CONFIRA A LISTA COMPLETA DE VENCEDORES:
Longa-metragem Brasileiro – LMB
Melhor Filme – King Kong en Asunción
Melhor Direção – Ruy Guerra, por Aos Pedaços
Melhor Ator – Andrade Júnior, por King Kong en Asunción
Melhor Atriz – Isabél Zuaa, por Um Animal Amarelo
Melhor Roteiro – Felipe Bragança, por Um Animal Amarelo
Melhor Fotografia – Pablo Baião, por Aos Pedaços
Melhor Montagem – Eduardo Gripa, por Me Chama Que Eu Vou
Melhor Trilha Musical – Salloma Salomão, por Todos os Mortos e
Shaman Herrera, por King Kong en Asunción
Melhor Direção de Arte – Dina Salem Levy, por Um Animal Amarelo
Melhor Atriz Coadjuvante – Alaíde Costa, por Todos os Mortos
Melhor Ator Coadjuvante – Thomás Aquino, por Todos os Mortos
Melhor Desenho de Som – Bernardo Uzeda, por Aos Pedaços
Prêmio Especial do Júri: Elisa Lucinda, por Por que você não chora?
Menção Honrosa do Júri: Higor Campagnaro, por Um Animal Amarelo
Longa-metragem Estrangeiro – LME
Melhor Filme – La Frontera
Melhor Direção – Mariana Viñoles, por El gran viage al país pequeño
Melhor Ator – Anibal Ortiz, por Matar a un Muerto
Melhor Atriz – Daylin Vega Moreno (Diana), Sheila Monterola (Chalis), por La Frontera
Melhor Roteiro – David David, por La Frontera
Melhor Fotografia – Nicolas Trovato, por El Silencio del Cazador
Prêmio Especial do Júri: El Gran Viaje al País Pequeño
Longa-metragem Gaúcho – LMG
Melhor Filme – Portuñol, de Thaís Fernandes
Curta-metragem Brasileiro – CMB
Melhor Filme – O Barco e o Rio
Melhor Direção – Bernardo Ale Abinader, por O Barco e o Rio
Melhor Ator – Daniel Veiga, por Você tem olhos tristes
Melhor Atriz – Luciana Souza, Inabitável
Melhor Roteiro – Inabitável, Matheus Farias e Enock Carvalho
Melhor Fotografia – O Barco e o Rio, para Valentina Ricardo
Melhor Montagem – Você tem olhos tristes, para Ana Júlia Travia
Melhor Trilha Musical – Atordoado, eu permaneço atento, para Hakaima Sadamitsu, M. Takara
Melhor Direção de Arte – O Barco e o Rio, para Francisco Ricardo Lima Caetano
Melhor Desenho de Som – Receita de Caranguejo, Isadora Torres e Vinicius Prado Martins
Prêmio especial do júri: Preta Ferreira, por Receita de Caranguejo
Júri Popular
Curta Brasileiro: O Barco e o Rio, de Bernardo Ale Abinader
Longa Estrangeiro: El gran viaje al país pequeño, de Mariana Viñoles
Longa Brasileiro: King Kong en Asunción, de Camilo Cavalcante
Júri da Crítica
Curta Brasileiro: Inabitável
Longa Estrangeiro: El Gran Viaje al País Pequeño
Longa Brasileiro: Um animal amarelo
Curta Brasileiro: Inabitável
Longa Estrangeiro: El Gran Viaje al País Pequeño
Longa Brasileiro: Um animal amarelo
■ Por Richard Günter
Jornalista, pós-graduado em roteiro audiovisual e CEO do Portal do Roteiro Audiovisual